terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A Influenza da gripe

“A gripe é uma doença infecciosa aguda provocada por um vírus chamado Influenza, e que ataca geralmente como surto”
“A greve é uma doença infecciosa aguda provocada por um vírus chamado M.Nogueira, e que ataca geralmente como surto”
Neste último ano, tivemos duas epidemias em Portugal: a epidemia da gripe e a epidemia das greves dos professores! Embora não pareça, uma delas terá provocado a outra, pois soube-se agora que de todas as pessoas que foram ao hospital, 95% eram professores, 3% foram só para ver quem lá estava e 2% não sabe ou não responde.
A elevada afluência de professores às urgências é explicada pelo facto dos protestos terem sido à noite, em dias de baixas temperaturas, geada e chuva. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof e membro do PCP, já veio a público dizer que “chuva civil não molha militar”, mas que a geada (não a islâmica) atacava de uma maneira que nem as samarras ou as camursines os salvaram.
A ministra defendeu que se tivessem tomado a vacina da gripe e usado kispos, não teriam provocado o caos nas urgências. Aconselhou ainda que, e tendo em conta a existência de uma próxima vez, seria preferível, em vez de esperarem 20h na sala de espera, ficarem em casa a preparar aulas.
José Sócrates diz que não foi afectado por nenhuma destas epidemias e que apanhar, apanhar, só apanhou uma vez, na adolescência, de um vizinho que lá ia a casa e gostava de o abraçar por trás todo nu. Mais tarde, apanhou varicela e tornou-se militante do PS.
Alguns líderes da oposição já vieram comentar as epidemias. Francisco Louçã exigiu que se distribuísse os medicamentos para a gripe em pó ou em folhas de erva, para matar o vírus logo nos pulmões. Manuela Ferreira Leite tentou ironizar mas acabou por manter-se em silêncio.
Mário Nogueira não gostou do que ouviu e, em declarações à comunicação social, afirmou que a epidemia da gripe era uma estratégia do governo, para que não se falasse nos verdadeiros problemas do país: a epidemia das greves dos professores, essa sim muito mais contagiosa e fácil de espalhar.
Se a epidemia das greves está relacionada com o governo, também a da gripe foi inventada pelo governo e espalhada pela comunicação social, para que possam ser vendidos mais medicamentos, pois como se sabe o governo tem uma grande dívida para com a ordem dos farmacêuticos.
Na verdade, nada melhor do que um cãoprimido para acabar com a tosse seca, arrepios, dor de cabeça e Mário Nogueira…

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Espécies

“Existe uma nova espécie de alunos…": é assim que começa a publicidade de uma empresa de telecomunicações da qual não posso dizer o nome, mas que, devido ao novo acordo ortográfico, passará a ser otimus e a poder vender produtos com o nome de Kanguru.
Essa “nova espécie” de alunos é a espécie do choque tecnológico, choque esse que pretende que todos os portugueses no geral, e os alunos em particular, tenham um fácil acesso às novas tecnologias, tais como os telemóveis de última geração, Internet, portáteis, manifestações, entre outros.
A tal espécie anda por aí à solta pelas escolas portuguesas, tentando mostrar ao Governo que já sabe usar as novas tecnologias. Não foi preciso muito tempo para começarem a explorar e demonstrar todas as potencialidades dos telemóveis. Como seria de esperar, é nas aulas que os alunos mostram o que sabem: filmam o professor, para que este possa corrigir alguns tiques comuns durante as aulas; têm aulas mais interactivas, com a realização de vários jogos didácticos, entre os quais se destaca o preferido dos alunos, o já famoso “dá-me o telemóvel”, em que o professor esconde o telemóvel e o aluno tenta encontrá-lo, gritando “dá-me o telemóvel”.
Como se isso não bastasse, o Governo achou por bem distribuir portáteis com acesso à Internet a preços muito atractivos, de modo a que a “nova espécie” possa espalhar a palavra. Assim, o aluno consegue colocar em poucos minutos a sua produção no actual site do Ministério da Educação (YouTube), possibilitando aos professores a leccionação do mesmo conteúdo do programa a nível nacional. Desse modo, um aluno que mude de escola tem assim a garantia de que estará ao mesmo nível que os seus novos colegas.
Vendo bem, talvez não exista uma "nova espécie", mas sim novas tecnologias…

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Pastores

Confesso que ainda não vi o premiado documentário “Ainda há pastores?”, mas conheço a história. Passa a ideia de que os pastores estão em vias de extinção, mas na verdade o que está a acontecer é uma evolução na carreira, ou seja, deixaram de guardar ovelhas e começaram a trabalhar para a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). É engraçado que sempre houve uma ligação entre religião e pastores. Essa ligação verifica-se no presépio onde o pastor é figura sempre presente tal como os reis magos e as lavadeiras. Existe mesmo uma frase que prova isso e que de certeza todos conhecem: “o Senhor é meu pastor, nada me faltará…”
Essa relação (pastor/religião) atinge o auge em Portugal a 13 de Maio de 1917, quando três crianças se rebolavam com um pequeno rebanho de ovelhas e 4 carneiros na Cova da Iria. De repente, uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira, uma "Senhora mais brilhante que o sol", de cujas mãos pendia um terço branco… Chamavam-se Lúcia, de 10 anos, e Francisco e Jacinta, de 9 e 7 anos e eram os Pastorinhos (chama-se assim aos pastores com idades compreendidas entre os 7 e os 10)!
A Senhora desceu da azinheira, desligou os holofotes e quando se preparava para falar com os pastorinhos, já as ovelhas tinham fugido a sete pés. Os pastorinhos habituados a ver o espaço 1999 estavam convencidos que a Senhora era um holograma e ficaram exactamente no mesmo sítio, especados. A Senhora, com medo que eles chamassem a GNR e porque não tinha ali rebuçados disse: “venham cá que eu conto-vos 3 segredos!” O resto da história já todos conhecem.
O pastor tornou-se assim o porta-voz da palavra do Senhor, e embora o conceito de pastor seja muito lato, a sua função é sempre a mesma: cuidar do rebanho.
Jesus Cristo ficou também conhecido como o Bom Pastor, mas o que diferencia os bons dos maus pastores é a posse de um cão, o cãoprimido.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

20 gramas

“Depois escrevo-te uma carta…” Subitamente deixaram o que estavam a fazer e olharam para mim completamente chocados: “Uma carta?” Parecia que tinha dito a maior barbaridade do mundo. Os olhares tinham me deixado completamente gelado, (tipo perna de pau!). “Carta já não se usa, manda um mail ou um sms” – disseram quase em uníssono.
Durante vários dias acordava a meio da noite todo suado sempre com aquela frase na cabeça e com mais de dez cobertores em cima. Mas por que raio tinha tantos cobertores?!
Uma carta não me parecia assim uma coisa tão antiga, além do mais tinha aprendido a escrever uma carta na primária. Lembro-me como se fosse há 25 anos. Será que os professores hoje também ensinam a escrever cartas e postais? Se calhar não. O mais provável é que os alunos os ensinem a escrever sms com o menor número de letras.
Tentei saber junto do meu círculo de amigos se escreviam cartas e descobri que um nunca tinha escrito… pior foi descobrir que só tinha um amigo! Aliás, não é bem meu amigo… é um senhor que costuma ajudar-me a estacionar o carro.
Tal como o senhor que me ajudou a estacionar o carro, existia uma dúvida que não me largava… Será que o mail iria substituir por completo a carta? Não estou a ver os senhores do papel reciclado a permitirem isso. E quem é que iria convencer as pessoas a mudar algumas expressões do tipo: “ Mostre-me o seu mail de condução, faz favor” ou “queria um baralho de mail’s”. Deixava de existir a cartomante para passar a existir a mailmante ou o maileiro de mota de porta em porta com um portátil para as pessoas poderem ler o seu mail.
Mas não há razão para alarmes, pois da mesma maneira que a internet não veio tirar clientes aos jornais nem até mesmo à televisão, também o mail não irá acabar com as cartas. Existe sem dúvida uma menor utilização das cartas mas tal facto deve-se à velocidade das nossas vidas. O mail acaba por ser mais rápido e mais actualizado. É tudo uma questão de tempo: a carta demora sempre mais que um dia e o mail demora segundos. A carta leva um selo e o mail é mais rápido do que um estalo.
Por mais planos tecnológicos que se façam, a carta e o mail terão sempre o seu espaço: a carta a partir de 20 gramas e o mail a partir de 2GB.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

A última ceia

É prática comum hoje em dia (mais à noite), organizar jantares para tudo e para nada. São os jantares de Natal que começam em Novembro e se estendem por Janeiro, são os jantares de curso que se estendem pelo ano todo, sendo os mais populares os da Latada e os da Queima das Fitas (entenda-se popular, como o jantar em que se sai de gatas… todos, claro!!!). Há o jantar dos jantares, o jantar dos que nunca jantam, o jantar dos colegas de trabalho, o jantar só com elas, o jantar só com eles, o jantar misto, o jantar de aniversário, o jantar… Enfim, basta juntar um grupo, alguém que se responsabilize pela tarefa de marcar no restaurante e já está!
Mas qual terá sido a origem destes jantares? De onde terá surgido a ideia dos jantares em grupo? É isso que vamos desvendar no texto de hoje. (ouve-se a música da National Geographic)
Teríamos que andar alguns séculos para trás, até chegar à quinta-feira santa, mais propriamente à ceia do senhor, ou ultima ceia, uma vez que foi ela que deu origem aos jantares da actualidade. Foi Jesus que iniciou toda esta tradição. Juntou doze pessoas à volta de uma mesa farta com pão e vinho.
Existem hoje em dia, algumas semelhanças entre os jantares actuais e a última ceia que vem provar esta teoria. Há sempre alguém que fica responsável por marcar o jantar, na altura foi Jesus o responsável. É também muito vulgar algum elemento não pagar o jantar, na altura foi Judas. Para além disso, no final do jantar há sempre um que começa à porrada, e os que estão mais sóbrios fazem de conta que não conhecem o amigo, na altura foi o que fez Simão Pedro ao negar que conhecia Jesus, quando viu o caso mal parado.
Por isso, é mais que evidente que a origem dos jantares remonta, sem dúvida, à última ceia. Infelizmente terá sido a primeira e última ceia de Jesus. Mas nem por isso deixou de ser um jantar e tanto, acabando por acordar no outro dia pregado a uma cruz… Nos jantares de hoje acabam por acordar pregados ao soro e deitados numa maca de um qualquer hospital!
No entanto, há investigadores que contrariam esta teoria, alegando que uma ceia não é a mesma coisa que um jantar. Para alguns povos a ceia é servida depois do jantar e por vezes depois da meia-noite, daí não poder ser comparada com os jantares actuais. Todavia, nos manuscritos da altura encontram-se referências ao último pequeno-almoço, que terá sido constituído por um pão-de-leite com compota de mirtilo, dois pães de Deus e uma caneca de café. Há cerca de dois anos foi possível ter acesso ao último almoço… Terá sido batatas com bacalhau e colorau que Jesus comeu como senão houvesse amanhã (e se calhar não havia mesmo!). Encontra-se então aqui a explicação para o facto de Jesus não ter jantado e apenas ter feito uma ceia com os seus discípulos. E é por tudo isto que se acredita que a ultima ceia possa ser comparada aos jantares actuais. No entanto, convém referir que a última ceia ou os jantares não podem ser só vistos como uma refeição, mas como convívio, união, discussão de ideias, traição… É o melhor que se leva da vida… mesmo Jesus terá tido essa opinião!

sexta-feira, 2 de março de 2007

Sopa de letras

Qual será a razão pela qual os chineses substituem o r pelo l? Sim, porque eles não trocam, simplesmente colocam o l no lugar do r. E o mais espantoso é que alguns já estão em Portugal há anos e continuam a não dizer o r. Isto só pode ser marketing, pois se eles falassem correctamente os seus restaurantes passavam a ser como os outros, não atraindo tantos clientes. Mas também pode ser um pretexto para gozarem connosco! Combinaram e decidiram substituir o r pelo l, só para verem as nossas caras, daí aqueles gritos todos que se ouvem na cozinha, que não são nada mais nada menos que risos assim à parva, do género: “viste a cara daquele quando eu disse galinha em plato de felo, ah!ah! ai c’a parvos, ah!ah!”
Não contentes com isso, decidiram colocar números nos pratos, para facilitar! Mas para facilitar o quê e quem? Continuam a dizer “tlinta e tlês”, e quando alguém pede o 69, fica tudo com cara de caso!
Com a chegada das lojas chinesas imagino que, para além de nos tirarem órgãos, nas traseiras das lojas, e virmos aparecer mais tarde numa banheira cheia de gelo e já sem um rim, também se devem divertir a falar sem o r.
Analisando o caso chinês e passando para a realidade portuguesa, existem também algumas letras que deveriam ser substituídas ou até mesmo eliminadas. Qual a razão para existir um b e um v? O efeito acaba por ser o mesmo. Se eu disser vanana, toda a gente sabe que é um fruto muito nutritivo e apreciado, produzido pelas bananeiras (ou pessoa sem energia; indolente; palerma)! Não há necessidade da existência das duas letras. Penso que Espanha já eliminou uma delas (mas Espanha também não é exemplo para ninguém!). Adiante! Tal como no caso chinês, também o pessoal do norte e algum do centro (eu), não troca os b (ou v), o que fazem é substituir o v pelo b. Não existe troca, mas sim substituição! Mas o problema do b (ou v), não é caso único! Repare-se na questão do c e do q (já nem falo do k, porque não têm assim tanta utilidade)! Se disser cuadrado, toda a gente sabe que é um quadrilátero de lados iguais e ângulos rectos (ou uma pessoa baixa e espadaúda)! Além disso, o c têm aquela particularidade meio amaricada de ser cedilhado, de ter uma espécie de protuberância por baixo. Isto tudo porque quando se junta com uma vogal fica mais meiguinho, mais passivo, daí o facto de algumas vogais lhe porem a cedilha! Já o q têm uma relação com o u do género roque e a amiga! Não se largam, isto é, quem levar o q têm o u de oferta! Mas o que é que faz lá o u? Notam alguma sonoridade diferente com ou sem u? Talvez o u seja a tal ponte, sendo que a sua função é mais ou menos esta: “ olá, q este é o a, a este é o q”…
Mas mais polémico ainda, e por isso a guardei para o fim, é o caso da letra h. Ainda me lembro quando na primária me explicaram que o h tinha um som mudo, não se lia. Mas então o que é que ele está lá a fazer? Talvez dê uma certa estética a algumas palavras… O h é tipo aquelas pessoas que passam despercebidas: estão lá mas ninguém nota. Além disso, dizer que se é um homem com O grande não é de bem!
Acho que fiquei sem palavras... ou letras!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

A fava...

Agora que chegou o Natal, estava-me mesmo a apetecer falar noutra coisa...Ora deixa cá ver quais as palavras mais procuradas na net... Pode ser que me surja assim qualquer coisa... Então temos: Carolina Salgado, Pai Natal, Paz no Médio Oriente, Benfica campeão em 2007 e bolo-rei! Tirando o bolo-rei, tudo o resto ou são coisas pouco credíveis ou que não existem! Bem, vou falar do bolo-rei!
Segundo a tradição, este é um bolo com frutos secos e cristalizados que se come especialmente na quadra do Natal até ao Dia de Reis. Para vos ser sincero ainda bem que só se come nesta altura e não durante todo o ano, pois são poucas as pessoas que gostam do bolo-rei como ele é... Eu, por acaso, não posso com aquelas frutas cristalizadas,e, por isso, para comer uma fatia tenho que "desmontar" quase o bolo todo, e tirar as frutas uma a uma. O ideal nestes casos é dividir a fatia com alguém que só goste das frutas. Sim, porque há quem só goste das frutas cristalizadas e não coma a massa. Mas quem é que se lembrou de cristalizar figos, laranjas... Quem? Se souberem podem responder, se não souberem também não há problema, porque na realidade eu também não estou muito interessado em saber...
Como não há regra sem excepção, existe sempre alguém que gosta do bolo-rei com tudo, da mesma maneira que existem aqueles que só querem encontrar a fava (ou não) e o brinde, (embora eu ache que o brinde já não seja colocado devido à elevada quantidade de dentes partidos)e nem sequer provem o bolo-rei.
Tenho a sensação de que os tipos do ovo da Kinder surpresa se basearam no bolo-rei, pois a ideia do brinde e do brinquedo surgiu no bolo-rei; só juntaram o chocolate e mudaram a forma... que sacanas, pá!
Quanto à fava, escondida no bolo, conta a lenda que os Reis Magos, seguindo a estrela que indicava o caminho para o Salvador, disputaram a honra de qual o primeiro iria entregar o ouro, incenso e mirra a Jesus. Vendo a disputa, um padeiro confeccionou um bolo, escondendo no seu interior uma fava. O rei mago que na fatia de bolo tivesse a fava, seria o primeiro a entregar a prenda ao recém-nascido. Isto é a versão que se conta, porque, na realidade, a fava caiu sem o padeiro saber, tal qual o prego, a ferradura e três cabelos. O rei mago além de ficar sem dentes, ao que parece ainda teve de pagar o bolo no ano seguinte... e já andam nesta vida há uns bons 2000 e tal anos. Neste momento e depois de juntarem todas as favas e a convite de José Cid os reis magos preparam-se para confeccionar umas favas com chouriço!