sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Troque um toque...

Há muito, muito tempo era eu uma criança... Aliás, não éramos todos umas crianças? Bom...mas ainda há mais tempo, talvez até mesmo antes de o José Cid ser uma criança, talvez uns bons euromilhões de anos (esta coisa do jackpot... fico excêntrico, pá), o Homem comunicava entre si através de sons, gritos e grunhidos...
Ao fim desses anos todos, desde a sua origem, o Homem continua a comunicar através de sons, gritos e grunhidos! Curioso, não é?
Um exemplo desses gritos e grunhidos (sem ser quando se pratica aquele sexo selvagem),onde o volume de som está quase sempre no máximo, é nas tradicionais discotecas e casas de alterne.
Como falar com a pessoa que nos está mais próxima, se se pretende dar-lhe a volta, mas o volume não ajuda nada? Simples, muito simples!
A técnica passa por dizer apenas a última palavra junto do ouvido dessa pessoa. Na prática, fica mais ao menos assim: "nham, nham, nham, milho!", ao que ela possivelmente responde: "nham, nham, nham, estalo!" Quando a conversa é entre dois amigos fica mais ao menos assim: "blá, blá, blá, blá, Mateus", em que a resposta é: " blá, blá, blá, judiciária".
Uma das coisas que fez com que o mundo se tornasse uma aldeia global foi o telemóvel, pelo facto de se poder mandar toques (acho que também dá para falar, jogar, andar a cavalo... ou isso será os tampões?). Na verdade, um toque pode ter muitos significados, dependendo da hora, do local, da pessoa ou do que lhe apeteça. Comecemos pelo caso mais simples de toques: imagine que manda uma mensagem a alguém, se lhe responder com um toque significa: "sim, já vi a tua sms"; senão disser nada é porque nem sequer se dá ao trabalho de responder, ou então não tem saldo. Dentro dos mais simples inclui-se também o toque “truz-truz”, que é enviado quando se está a chegar a casa de alguém. Significa que estamos á porta, mas não vamos entrar…
Vamos pensar numa outra situação assim à sorte… Por exemplo, está em casa à lareira, a ver a chuva a bater na janela, e a beber um bom vinho, quando de repente se lembra daquela amiga bem dotada... Neste caso dirige-se ao WC para... agarrar o telemóvel e mandar um toque. Este é o toque saudade e tem o significado: " se tu cá estivesses, até fazias faísca!". O toque saudade, se for mandado ás 4h da manhã, pode ter um significado negativo do género: "não, se calhar sou só eu que vou ficar toda a noite acordado com insónias".
Também é muito comum mandarmos um toque ao nosso mais-que-tudo a avisar que chegámos a casa. O toque " já cheguei a casa, ou talvez não!" pode ter muitos significados. O normal costuma ser: " acabei de chegar a casa, mas se não fosses parvo vinhas-me trazer e só tinhas a ganhar", ou então, a versão infiel: " estou mesmo agora a acabar de me deitar... com outra/o, claro!"
Existe também quem não tenha mais nada para fazer e passe o tempo a mandar toques por ordem alfabética, ou seja, começa no A e acaba no Z. Se fosse por ordem numérica, começava no 1 e acabava no 1+n (em que n era igual a um numero qualquer).
Um dos toques mais chatos é o toque “p... que o pariu.” Este toque acontece quando a pessoa do outro lado atende. Acaba-se sempre por proferir a tal expressão, porque se perde uns cêntimos e…nem se fala, nem se manda toque!
Acho que este texto me tocou...

21 comentários:

Anónimo disse...

Bem... isso é que é imaginação fértil... como dira o amigo Geria o dar toques... são opções! um toque para sua excelência!!
Joana Costa (SA - ESTeSC)

Batestacas SP disse...

Esqueceste-te de um toque muito importante, meu bom rapaz, que é um toque muito peculiar que só acontece em situações muito específicas e que nem sequer envolve obrigatoriamente telemóveis. Imaginemos a seguinte situação: Há um indivíduo que se encontra numa esplanada de um café com um grupo de pessoal em amena cavaqueira. Há outro indivíduo que se junta aos bem dispostos convivas fazendo-se acompanhar de uma guitarra. E há um cão (primido ou não) que passeia pela esplanada do café. Às páginas quantas, e depois de decorrido já algum do reportório do segundo indivíduo, o primeiro sente uma vontade urgente de ouvir uma música (qualquer) do Moby ao mesmo tempo que o cão (primido ou não) se lembra de marcar território na perna da calça deste último, digo penúltimo, ou seja, o primeiro (indivíduo). Conjugando-se todos estes factos, o primeiro indivíduo dirige-se ao segundo nos seguintes termos: "Epá, toca Mobi... Xô!!!".

Bárbara Quaresma disse...

Muito bom mesmo! Acho que só te esqueceste do "toque fantasma", aquele toque que o namorado diz ter mandado, mas que a namorada nunca chegou a receber!
Continua a tocar-nos com esse toque que só tu sabes produzir...

Anónimo disse...

É estranho o que acontece quando gente toca em gente! Experimenta!
Agora entende como quiseres ... Parabéns, gostei do texto.

Anónimo disse...

Pois...
este texto é cão... né.. é cãoprimido... os cães também utilizam toques e grunhidos na comunicação mesmo quando fazem o tal "sexo violento"...
Os gatos... bem os gatos... terrivel... esses apenas percebem "whiskas saquetas"... todos os restantes sons se transformam num Blá... Blá... blá... e isto é verdade... porque eu já vi na telivisão... sendo... os toques para os gatos nada valem... a não ser que fosse um toque tipo Whiskas saquetas"...
Há momentos em que nos dá aquele clik... um toque por assim dizer do subconsciente... a historia que vos vou contar de seguida é real... tenha medo... tenham muito medo... um homen não era rico... nem tinha pais ricos... foi ao BES... barricou-se lá dentro e fez refens... terrivel... muito terrivel...
O tal clik...
O tal toque...
A vida é feita de pequenas opções... ou de pequenos toques... por assim dizer...

Anónimo disse...

Gostei da reflexão!
Aqui está a prova de que pequenos gestos,como enviar toques, podem significar muito mais...Gostei!

Anónimo disse...

"Aqui vou ser feliz!..."
Depois a taxa de crédito aumentou...
TOCOU-NOS a todos...
lá está!... o tal toque...

Anónimo disse...

E o toque RECTAL?

Anónimo disse...

Ando fascinado! Faço parte, percebi agora,de um grupo minoritário, que usa o telemóvel para falar! Bem estou positivamente surpreendio! Para o que lhes havia de dar, trocar toques, francamente!
Esta malta nem sabe o que anda a perder. Oh meus amigos isso só pode ser consequência da tomada de cãoprimidos em demasia! Isto é de bradar aos céus! Já encolhem ao máximo as frases para caber nos SMS, agora em vez de falarem trocam toques. Bem, não tarda nada auto rotulam-se com um código binário, tipo Cãoprimido=11010001 e lançam-se em elouquentes contactos na net! Eu por mim tudo bem! Fazei o que bem enterderdes, o problema é que os seres vivos são máquinas de uma dinâmica imperdoável. É só olhar para traz e ver o que foi acontecendo às partes do corpo que deixaram de ser usadas: o rabo (o comprido), a pelunga, as presas, etc... ou seja, no que esta malta está a incorrer é na cavalgada abissal para a perda de ... língua... orelhas... e... meus senhores(as) a julgar pelo diálogo à base de toques não auguro grande longevidade para... aquilo...(eu sei que vocês sabem que eu sei!...)

DZP disse...

Divagações férteis sem dúvida e interessantes. Obrigada pelo comment e pela visita ao meu blog. Aguardo a próxima divagação.:-)

Anónimo disse...

Ora aqui está um longo texto sobre toques. Entre tocar e ser tocada, prefiro a segunda opção. Ahh e nunca menos de 5.
Quanto ao batatoon na Madeira costumava chamar-se Alberto J. Jardim mas mudamos radicalmente para Carlos César :p

Papoila disse...

Cãoprimido está bem engendrada esta teoria...
Prefiro SMS... toques... só efectuo vaginais ou rectais por conta do SNS... eheheheh

Anónimo disse...

Bem, como a mim ninguem me manda toques também não posso trocar com ninguém. Na falta disso pus-me aqui a discorrer com é que me havia de virar. E, eis que de repente a ideia caíu-me do céu, oh mais propriamente de um planfeto do céu, " Fim-de-semana Continente com os brinquedos a 50%". Era isso. Agora era só escolher a melhor hora, a de mais afluência, e bora lá que se faz tarde.
Bem pensado melhor feito. Sábado às 11 em ponto, equipei-me com o carrinho de compras maior lá do parque de estacionamento de carrinhos de compras, e zunga para o meio dos corredores atafolhados de brinquedos e famelgas inteiras. Hummm, que atmosfera, que euforia, e que toques... Ao principio fui entrando devagar, tocava aqui tocava ali, mas depois, depois, bem aquilo era uma orgia indescritivel. Carantonhas rosadas à procura do Power Ranger e da Baby Sophie, meus amigos, ainda tenho nódoas negras nas pernas e nos braços...
Às páginas tantas para arrebitar um bocado a coisa mudei de estratégia, comecei a atravessar o carrinho no corredor e sempre que via alguém de mão em riste para agarrar a última Fairhy Loira da prateleira deitava-lhe a mão e era ver olhos de raiva ensaguentados... confesso, exagerei um bocado, cheguei mesmo a trocar alguns insultos, mas quando saí dali era um fénix renovado, Grande malha...

Anónimo disse...

A vida....
A vida começa por uma sucessão de toques, mais ou menos acelerada....
o Coito...
O tal toque...

Anónimo disse...

Toque.. não toque...
Eis a questão...
No meio destas aprimoradas refleções, e como não podia deixar de ser, aparecem sempre as minorias -"e o toque rectal?"...
Pois... é complicado quando se faz um super mega ri-aproveitamento (será que ando aficar floribello) pelo facto de se pertencer a uma minoria, se não vejamos:
Uma individuo é apanhado a "dar toques" dentro de uma loja de telemoveis, de noite e com a montra partida... (não sem nevoeiro... o "The Fog" fiaca para outra altura)... estamos a imaginar o cenário... se este individuo pertencer a uma minoria ética responde, mas é logo (sem esquecer as televisões)só me estão a deter porque pertenço a uma minoria ética... e o comun telespectador comove-se com aquela frase... chora... e esquece que ele estava a furtar...
o tal toque....

Anónimo disse...

Li o post com alguma dificuldade. A quarta classe tirada na Associação dos Bombeiros Lá de Cima e as quatro diopetrias não me dão para grandes velocidades.
Li o post, dizia eu, e ao principio não percebi grande coisa. Fiquei até um pouco desapontado. Não é por nada mas ultimamente tenho recebido uns mails de uns quantos amigos que me falam do cãoprimido, estava curioso...
Mas de toques percebo pouco. Só uso o telefone para falar. Uso um dos mais simples e que seja descomplicado de usar e isso o meu N91 satizfaz.
Ao principio só me vinham à cabeça os toques normais, os analógigos, o famoso toque rectal e outros... e não é que não consigo perceber essa coisa do toque rectal. Confesso que nessas coisas do diagnóstico sou uma nulidade, é verdade que os técnicos lá saberão, mas... enfiar o dedo no traseiro de uma pessoa para sentir a textura da próstata é, no minimo de desconfiar sobretudo quando me lembro da panóplia de técnicas de imagiologia disponiveis. Bem pelo sim pelo não o melhor é sempre ter a certeza de que o examinador não tem as duas mãozinhas nos ombros,...chiça!
Bom, como dizoPaulo Portas, depois lá fui encarreirando que a coisa tinha aver com uma chamada efectuada para alguém, amigo, conhecido, namoraa, conforme o toque, mas que, e para ser apenas toque, era interompida antes do exacto momento do endereço da chamada atender. Claro que se ele atender nem é toque nem é chamada! Pronto cá está. Continuo sem perceber! A mim escusam de tentar. Se alguém me manda um toque, ou seja, se liga e depois não fala, acreditem que se vai dar mal, muito mal. Primeiro, primeiro... onde é que eu ia?

Anónimo disse...

E o crocodilo... queres o crocodilo...
O tal toque...

Anónimo disse...

Esqueceste-te do toque "são 4h da manhã e estou a apanhar seca na pousada, tenho sono e como não posso dormir também não te vou deixar dormir". Esse toque é dos mais irritantes...mas enfim, és meu amigo e tenho k te aturar... k remédio...até gosto!;)

Anónimo disse...

Esqueci-me de escrever o nome no comentário anterior...são falhas...a idade já não é a mesma!Beijokas e vê lá se me ligas...ou dás um toke...andas a falhar, trintão!

Anónimo disse...

A técnica de usar a ultima palavra é me bastante familiar, porque será? Espero que continues a tocar-me com este teu jeitinho por muitos e muitos anos.Mas no dia 1 conseguimos tocar-te de uma forma especial, diz lá....dói, não doi????

Anónimo disse...

Claro que doeu! Nem todos os dias são 1 de Dezembro. E muito menos se faz 30 anos aqui e ali! Neste caso, o telemóvel servir para te pregar uma granda peta! :))))